Jillian Abballe, Diretora de Advocacy e Chefe do Escritório de Nova York do Anglican Communion Office (Escritório da Comunhão Anglicana) nas Nações Unidas (ACOUN), e Marla Teixeira, Assistente de Administração e Pesquisa do ACOUN, explicam como o escritório está sendo impactado pela pandemia do Covid-19.
O recente surto global do Covid-19 está, sem dúvida, mudando nosso cenário mundial. Não apenas está mudando a maneira como a equipe do ACOUN aborda o trabalho, mas também está nos lembrando que as desigualdades e injustiças sofridas pelos mais marginalizados do mundo são ainda mais expostas e agravadas em tempos de crise. Nossos corações se voltam a toda e qualquer pessoa que esteja sendo afetada direta ou indiretamente por essa tragédia.
Antes desses eventos recentes nossa equipe estava se preparando para participar de todo um ano de fóruns importantes nas Nações Unidas, incluindo a 64ª Sessão da Comissão sobre o Status da Mulher e a 19ª Sessão do Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas, entre outros. Estas e muitas outras conferências a serem realizadas na ONU este ano foram canceladas ou adiadas indefinidamente.
Por essa razão é um momento importante para nós - como ACOUN e como Comunhão global – retrocedermos um passo e fazer um balanço da situação. Embora nossos planos originais possam ter sido frustrados e o Covid-19 tenha tido precedência em muitas arenas, também sabemos que persistem as questões como injustiça de gênero, opressão às comunidades indígenas e o impacto de desastres relacionados ao clima.
Como afirmou recentemente o Secretário Geral da ONU, Antonio Gutterres: “Devemos enfrentar as devastadoras dimensões sociais e econômicas desta crise com foco nos mais afetados: mulheres, idosos, jovens, trabalhadores com baixos salários, pequenas e médias empresas, o setor informal e os grupos vulneráveis, especialmente aqueles em contextos humanitários e de conflito.”
Assim, nosso trabalho voltado a esses problemas não pode parar.
Medidas extensivas foram implementadas por organizações globais que trabalham sob o mandato das Nações Unidas para ajudar a atenuar o impacto do Covid-19 em suas comunidades. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem monitorado de perto a situação global e coleta evidências importantes baseadas na ciência de especialistas e fornece diretrizes para organizações e comunidades sobre as melhores práticas. Por exemplo, a OMS tem trabalhado com o UNICEF e a Federação Internacional da Cruz Vermelha para publicar materiais de orientação sobre como melhorar o acesso para lavar as mãos.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento respondeu a esta crise trabalhando com seus parceiros para apoiar os países mais afetados, onde os sistemas de saúde são mais fracos e as pessoas mais vulneráveis. A ONU Mulheres está fornecendo orientações atualizadas sobre como e por que as considerações de gênero são importantes na resposta ao Covid-19 por parte de governos, municípios e sociedade civil responsáveis por proteger os direitos das mulheres e meninas.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) está expandindo assistência e apoios em dinheiro para aquelas pessoas deslocadas de suas casas ou que vivem em campos de refugiados, incluindo o apoio às autoridades para aumentar sua capacidade de prover água e saneamento.
Nós estamos profundamente comprometidos em continuar nosso trabalho tanto internamente na Comunhão Anglicana quanto externamente com outras organizações internacionais para seguir avançando nas questões que não podem ser esquecidas. Agora, mais do que nunca, é importante fortalecer os laços entre o local e o global, entre vozes anglicanas e organismos das Nações Unidas. Se você está interessado em nosso trabalho e deseja participar, visite: bit.ly/acoun. Por favor, converse conosco e siga-nos no Twitter em @AnglicanUN, e mantenha-se em contato com o uso dos recursos sobre respostas baseadas na fé ao Covid-19 que estão sendo compiladas pela Aliança Anglicana.
Ao final de tudo a nossa família global resultará mudada para sempre. É nossa esperança que nossas comunidades, igrejas e parceiros tomem ações conscientes para lidar com a dor, sofrimento e violência que muitos estão enfrentando cada vez mais, e que seremos radicalmente transformados e determinados a continuar nosso trabalho por um mundo verdadeiramente inclusivo e sustentável.