Photo Credit: Diocese of Edinburgh / Scottish Episcopal Church
Províncias anglicanas de todo o mundo se uniram a igrejas de outras denominações para suspender os cultos públicos enquanto a pandemia global de Covid-19 continuar a se propagar. O número de mortos na manhã de terça-feira (24 de março) foi de 14,510, de acordo com os últimos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que está trabalhando com governos de todo o mundo para limitar os efeitos do vírus.
Os Arcebispos de Canterbury e York, Justin Welby e John Sentamu, pediram que os cristãos fossem um tipo de igreja radicalmente diferente ao anunciar a suspensão dos cultos públicos na Inglaterra. Eles disseram que não se tratava de “fechar o recinto”, mas de adotar uma maneira diferente de adoração. “Fazer parte da Igreja da Inglaterra vai ser algo muito diferente nos próximos dias”, escreveram eles em uma mensagem ao clero. “Nossa vida será menos caracterizada pela presença na igreja no domingo e mais caracterizada pela oração e serviço que oferecermos todos os dias.
“Talvez não possamos orar com as pessoas da maneira que estamos acostumados, mas certamente podemos orar pelas pessoas. E certamente podemos oferecer cuidados e apoio práticos. . . Existem muitas alternativas muito encorajadoras acontecendo em todo o país nas comunidades focadas em cuidar dos mais vulneráveis e continuar a desempenhar o seu papel junto a eles.
“Então, por nosso serviço e por nosso amor Jesus Cristo será conhecido, e a esperança do evangelho - uma esperança que pode combater o medo e o isolamento - se espalhará por toda a nossa terra.”
Muitas outras províncias anglicanas também suspenderam os cultos públicos em resposta a pedidos dos governos para limitar a interação social e assim impedir a propagação da doença.
Em Uganda, o mais novo primaz da Comunhão Anglicana, o Arcebispo Stephen Kaziimba, disse: “As pessoas me perguntaram: ‘Se não podemos nos encontrar para adorar na igreja aos domingos e no meio da semana, como teremos igreja?’ Sim, será difícil não nos reunirmos aos domingos, mas devemos ter certeza das palavras de Jesus: ‘Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei entre eles.’ ”
O Arcebispo do Sudeste Asiático, Melter Tais, disse: “Não há necessidade de entrar em pânico. Pelo contrário, cada um de nós se aproxime cada vez mais de Deus com fervorosas orações por intervenção divina, proteção e cura para aqueles que estejam infectados pelo Corona vírus.”
O Primaz do Quênia, Arcebispo Jackson Ole Sapit, disse que o Covid-19 estava atingindo o país numa época em que também estava sendo devastado por gafanhotos e convocou para um dia de oração no domingo passado (22 de março). Ele disse: “Criamos mecanismos para mitigar o impacto da situação prevalecente em questões relacionadas ao culto e a outros serviços essenciais que são prestados pela Igreja, como cultos aos domingos, enterros e casamentos.”
No momento da redação deste artigo, o Covid-19 não era galopante em todo o mundo, mas mesmo nesses locais, estão sendo tomadas precauções para limitar sua propagação. Os cultos continuavam na Igreja Anglicana de Aotearoa, Nova Zelândia e Polinésia. O Bispo de Dunedin, Dr. Steven Benford, que era especialista em medicina antes de se tornar sacerdote, afirmou as precauções do Ministério da Saúde da Nova Zelândia e alertou que “pode chegar um momento em que a reunião física poderá não mais ser possível.”
O Primaz da Igreja Anglicana da Melanésia (ACOM por sua sigla em Inglês), Arcebispo Leonard Dawea, saudou as orientações do Ministério da Saúde das Ilhas Salomão e disse aos anglicanos que “não devemos esperar que casos positivos do vírus sejam notificados antes de começarmos a praticar esses hábitos saudáveis.”
Ele pediu aos anglicanos que “mostrassem compreensão” se fossem necessárias mudanças no culto e nas práticas litúrgicas e acrescentou: “Gostaria de mais uma vez apelar a todos os membros da ACOM e a todos os cristãos e amigos para apoiar os esforços das autoridades governamentais e outras partes interessadas, seguindo as instruções e seguindo as mensagens de saúde pública emitidas até o momento. Entendo que, como cristãos, temos fé, e estou pedindo a todos que expressemos nossa fé assumindo total responsabilidade de trabalhar em conjunto com o governo, não apenas por nossa saúde pessoal, mas também por nossas famílias, comunidades e nossa nação das Ilhas Salomão.”
Muitas províncias estão organizando cultos especiais transmitidos na mídia local e nacional e transmitidos online. O Anglican Communion Office (Escritório da Comunhão Anglicana) compartilhará links para estas possibilidades em seu site: anglicancommunion.org.
Os funcionários do Anglican Communion Office foram solicitados a trabalhar em casa para cumprir as recomendações oficiais do governo britânico sobre o Covid-19.