Neste quinto artigo de nossa série de apresentações sobre as Cinco Marcas da Missão da Comunhão Anglicana, Kate Brankin, Coordenadora Internacional do Gabinete do Primaz no Sudão do Sul, analisa a abordagem dessa igreja à quarta Marca da Missão: Procurar a transformação das estruturas injustas da sociedade, desafiar toda espécie de violência, e buscar a paz e a reconciliação
A Igreja Episcopal do Sudão do Sul (ECSS por sua sigla em Inglês) está envolvida no processo de pacificação e construção da paz. A ECSS ocupa um lugar único, pois possui dioceses e paróquias em todo o país. Através de missão e evangelismo alcança diferentes comunidades dizendo-lhes quão importante é a paz e a reconciliação e que as comunidades mesmas se considerem irmãos e irmãs na família de Deus.
O arcebispo, bispos/as e padres pregam regularmente durante os cultos dominicais sobre paz e reconciliação, além de realizar reuniões da comunidade para compartilhar mensagens de paz. Como instituição respeitada na comunidade, a ECSS é frequentemente solicitada a participar de iniciativas de reconciliação comunitária. Ela visita os campos de deslocados internos e de refugiados para incentivar e dar esperança às pessoas que ali vivem.
A igreja está usando seus departamentos, como o Departamento de Justiça, Paz e Reconciliação, para reconciliar as comunidades que foram afetadas pela guerra. Este serviço se esforça para ajudar na reconciliação de diferentes grupos comunitários, reunindo comunidades para educá-las, dialogar e reconciliá-las. A igreja também desempenhou um papel ativo na divulgação dos detalhes do revitalizado acordo de paz entre diferentes grupos de pessoas, como jovens, mulheres e intelectuais em todo o país. Onde as comunidades e os políticos estão divididos, as pessoas recorrem à igreja para expressar uma voz imparcial que ajuda a reconciliar comunidades e até as partes do conflito.
Às vezes, a ECSS trabalha com outras denominações cristãs sob a égide do Conselho de Igrejas do Sudão do Sul (SSCC, por sua sigla em Inglês) na reconciliação de líderes políticos. Um exemplo disso é quando os líderes foram levados para um retiro no Vaticano para construir confiança. Alguns partidos políticos que têm divisões acentuadas entre si também foram reunidos na tentativa de aproximá-los.
O Primaz da Igreja Episcopal do Sudão do Sul, Arcebispo Justin Badi Arama, esteve envolvido em negociações de paz em nome do Conselho de Igrejas do Sudão do Sul. Ele pode se reunir com líderes políticos para falar em nome do povo do Sudão do Sul - dentro e fora do país. Essas reuniões também oferecem uma oportunidade de orar com os líderes do país, para que eles possam ouvir e responder à vontade do Senhor.
A igreja tem escolas e faculdades onde são ensinados os valores cristãos. À medida que as crianças compartilham com os pais as coisas que ouviram na escola, famílias inteiras podem ser influenciadas no caminho da paz.
A Igreja Episcopal do Sudão do Sul também trabalha com outras agências e organizações missionárias cristãs que trabalham com a construção da paz e de cura. Exemplos disso são a Flame International que tem um programa em andamento com os Capelães do Exército. Com a ajuda da igreja, eles viajam para diferentes áreas do Sudão do Sul para realizar oficinas de cura e ensino em seus quartéis, e às vezes trazem os capelães para uma igreja e os treinam para voltar e ensinar aos outros. E a SOMA UK é outro exemplo de uma agência missionária que vem trabalhando com a ECSS para ajudar a equipar os jovens para que não sejam enganados pelas diferentes partes em guerra e possam fazer algo produtivo com suas vidas.
A igreja trabalha através da Mothers’ Union para conscientizar e educar as mulheres a se engajarem na construção da paz e a falar contra a violência de gênero e estupro. A Mothers’ Union também reforça a mensagem da igreja contra o casamento infantil, para permitir que mais meninas permaneçam na escola e tenham uma boa educação.
A Igreja Episcopal do Sudão do Sul tem um setor de socorro e desenvolvimento que trabalha para transformar a vida das pessoas que foram devastadas pelas injustiças da guerra.
Leia o restante de nossa série sobre as Cinco Marcas da Missão