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The Anglican Episcopal Church of Brazil – the Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) – has elected its first female bishop, some 34 years after the province first paved the way for women to serve in all three orders of ministry. The Revd Canon Marinez Santos Bassotto was elected on Saturday (20 January) as the next Bishop of the Diocese of Amazon during a meeting at Belém, in the northern Brazillian state of Pará. She will succeed Bishop Saulo Mauricio de Barros, who retired last November. The province was one of the first in the Anglican Communion to official open the episcopate to women in 1983. Its first female deacon and priest was ordained in 1985.
Bishop-elect Marinez Bassotto is currently the priest in the Southern Diocese’s (Meridional) parish of São Paulo in the city of Cachoeirinha near Porto Alegre, in Rio Grande do Sul, southern Brazil. She has previously served as Dean of the National Cathedral of the Holy Trinity in Porto Alegre. Originally from Rio Grande do Sul, the 46-year-old priest is married to Paulo Bassotto; and the couple have two daughters.
She already holds a number of national roles in the province: she is a member of National Commission of Liturgy with responsibility for the Book of Common Prayer and the National Commission of Diakonia – the province’s social responsibility wing. She is also the coordinator of Confelider 2018 – the national leadership conference which will take place just before the 2018 meeting of the provincial synod, which takes place from 30 May to 3 June in Brasília.
Within her present diocese, Bishop-elect Marinez is the representative for the national Anglican Service for Diakonia and Development (SADD), a member of the inter-religious dialogue of Porto Alegre, and a member of the Ecumenical Forum of Rio Grande do Sul.
“We certainly live a special moment of our Province with the election of our first female bishop,” the Prime Bishop of the IEAB, Francisco de Assis da Silva, said.
Bishop Francisco, who is travelling through Africa, described the appointment as “a breeze that comes to blow on the Church and that certainly represents new times and new way of exercising this ministry.
“The Diocese of the Amazon and the IEAB are taking a decisive step towards gender equity and we are very happy. From Ghana I raise my prayers for our province and Bishop-elect Marinez and her family.”
Bassotto was born in Canguçu in what was then a missionary area of the Church. Her grandparents were founder-members of one of the missions and she felt a call to ministry very early in her life.
In 1991 she moved to the state capital Porto Alegre to study theology in the now-closed national seminary of the IEAB; and was ordained deacon in May 1995 at the age of 24; the following year she was ordained as a priest. Both ordinations took place at the National Cathedral of Holy Trinity in Porto Alegre where, in 1999 she would become Dean at the age of 29 – the second woman to serve as dean in the province; and the first at Porto Alegre. After 17 years as dean, she moved to her current parish of Sao Paulo.
Bishop-elect Marinez Bassotto met the Archbishop of Canterbury, Justin Welby, when he visited Sao Paulo in September 2014.
Photo: IEAB
“I feel very happy and at the same time I am very aware of the kind and size of the commitment I assume,” Bishop-elect Marinez told the Anglican Communion News Service. “For me, it is very clear that the episcopate is a priesthood ministry, an opportunity of service (diakonia). It is never an honour or status.”
In May, the IEAB will celebrate 33 years of women’s ordination. “Our Brazilian church was bold and innovative by allowing women, since the beginning, to have access to the three ordained ministries. Even though, during these almost 33 years there was no prophetic courage to elect a woman to the episcopate. It was about time to break this wall.
“With this election of mine a new era with more gender equality was inaugurated. I hope that it will be the first of many to come.
“I know very well that this situation brings uncertainty and fears. Everything we are not familiar with poses insecurity to us. I think that initially there will be doubts and fears at the novelty of female episcopacy in the country. But, at the same time, I am sure there will be strong support.
“I believe there will be more positive expectations, considering that this is what happens when women take positions traditionally occupied by men. I will take the position with courage, hope and faith, accepting the consequences and risks of this choice and putting myself at service to work together with the clergy and laity of the Anglican Diocese of Amazon in this hard task of being Christian.”
The Diocese of the Amazon is a young diocese; and while the area covers a huge expanse, the church is quite small. “The people of the region are very hospitable and welcoming,” Bishop-elect Marinez said. “Culturally the region is very colourful and diverse. There are lots of smells, tastes, landscapes that only by being there you can really say something.
“It is also a region where inequality is there for everyone to see. Certainly, there are several needs, expectations and concerns in the life of the diocese, and there are a great number of pastoral, administrative and financial challenges in order to properly proclaim and live the gospel and be Christ’s Church: missionary, embedded into the local culture and prophetic. . .
“It is important to worship and together celebrate the Eucharist by breaking the bread and sharing the wine, in the prayers and throughout loving relationships. I want to solidify the fellowship among the members. I am open to learn with them about how God’s love is manifested and take the commitment to share this love and service to the people, especially those in more distress, offering the diocesan spaces as places of safety and welcome, where everyone can belong.
“I see an innovative and inclusive diocese, witnessing to the right to justice and human dignity, living with ecumenism as a way to testify to the unity we must seek. I will work to continue creating opportunities for capacity building, formation, discipleship for clergy and laity, where each person takes her or his role to work together.”
The date for Bishop-elect Marinez Bassotto’s enthronement has yet to be set.
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil dá “passos decisivos para a equidade de gênero” com a eleição da primeira Bispa
Bispa eleita Marinez Bassoto
Foto: Joseane Paula
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A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil elegeu sua primeira Bispa, 34 anos depois que a província decidiu abrir caminho para que as mulheres pudessem servir nos três ministérios ordenados. A Revda. Canon Marinez Santos Bassoto foi eleita no dia 20 de janeiro (sábado) de 2018 como a próxima Bispa da Diocese da Amazônia durante o Concílio em Belém, no estado do Pará. Ela vai suceder o Bispo Saulo Maurício Barros, que se aposentou em Novembro de 2017. A província foi uma das primeiras na Comunhão Anglicana a oficialmente abrir o episcopado para mulheres em 1983. Em 1985 foram ordenadas as primeiras diáconas e no mesmo ano a primeira mulher ao presbiterado.
A bispa eleita Marinez Bassoto é atualmente presbítera na Diocese Meridional, servindo na Paróquia de São Paulo na cidade de Cachoeirinha, perto de Porto Alegre, Rio Grando do Sul. Ela antes serviu como Deã da Catedral Nacional da Santíssima Trindade em Porto Alegre. Originalmente do Rio Grando do Sul, ela tem 46 anos e é casada com Paulo Bassotto, com quem tem duas filhas.
Ela ainda participa de várias comissões na Província: Membro da Comissão Nacional de Liturgia, Custódia do Livro de Oração Comum, Membro da Comissão Nacional de Diaconia da IEAB, contato Diocesano do Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento, membro Grupo de Diálogo Inter-Religioso de Porto Alegre, membro do Comitê Estadual da Diversidade Religiosa do Estado do Rio Grande do Sul e do Fórum Inter Religioso e Ecumênico do RS, membro do Grupo Executivo da Conferência Nacional de Lideranças (Confelíder) de 2018. A Confelider acontecerá antes da realização do Sínodo, marcado para 30 de maio até 3 de junho em Brasília.
“Nós certamente vivemos um momento especial da nossa Província com a eleição da nossa primeira Bispa”, disse o Primaz da IEAB, Francisco de Assis da Silva.
Arcebispo Francisco, que estava na África, descreveu a eleição como “uma brisa que vem soprar na Igreja e que certamente representa novos tempos e novos jeitos de exercer esse ministério”.
“A Diocese da Amazônia e a IEAB estão dando passos decisivos em direção a equidade de gênero e estão muito felizes. Quando estava em Gana eu orei pela nossa província e pela Bispa eleita Marinez e sua família”, afirmou o Primaz.
Marinez Bassoto nasceu em Canguçu onde havia um ponto missionário da Igreja. Seus avós foram membros fundadores de uma dessas missões na região e ela sentia desde então um chamado para o ministério na igreja, muito cedo em sua vida.
Em 1991 ela se mudou para a capital de Porto Alegre para estudar teologia no antigo Seminário nacional da IEAB; foi ordenada diácona em maio de 1995 quando tinha 24 anos e no ano seguinte foi ordenada presbítera. As duas ordenações aconteceram na Catedral Nacional da Santíssima Trindade em Porto Alegre, onde em 1999 ela se tornou Deã, quando tinha apenas 29 anos. Ela foi a segunda mulher a servir como Deã na província e a primeira na Catedral Nacional. Depois de 17 anos servindo como Deã ela foi servir na paróquia de São Paulo, em uma cidade perto de Porto Alegre.
Bispa eleita Marinez Bassoto encontrou o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, quando da sua visita a São Paulo em setembro de 2014.
Foto: IEAB
“Eu me sinto muito feliz e ao mesmo tempo muito consciente do tipo e do tamanho do compromisso que eu assumo”, a bispa eleita Marinez contou ao Serviço de Comunicação da Comunhão Anglicana (ACNS). “Para mim está muito claro que o episcopado é um serviço sacerdotal, uma oportunidade de servir (diaconia). Nunca uma honra ou status.”
Em maio, a IEAB celebrará 33 anos de ordenação feminina. “Nossa igreja brasileira foi ousada e inovadora quando permitiu que mulheres, desde o começo, tenham acesso aos três ministérios ordenados. Entretanto, durante esses quase 33 anos não houve coragem profética para eleger uma mulher ao episcopado. Já era tempo de quebrar essa barreira.”
“Com essa eleição uma nova era com mais igualdade de gênero foi inaugurada. Eu espero que essa seja a primeira de muitas.”
“Eu sei muito bem que esse acontecimento traz incertezas e dúvidas. Tudo o que não é familiar para nós traz insegurança. Eu penso que inicialmente haverá duvidas e medo em relação a essa novidade de uma mulher no episcopado no país. Mas, ao mesmo tempo, eu estou certa de que haverá muito apoio também.”
“Eu acredito que haverá muitas expectativas positivas, considerando que isto é o que acontece quando mulheres ocupam posições e cargos tradicionalmente ocupados por homens. Eu assumo essa posição com coragem, esperança e fé, aceitando as consequências e os riscos dessa escolha e me colocando a serviço do trabalho em conjunto com o clero e o laicato da Diocese Anglicana da Amazonia, nesta dura tarefa de ser cristã.”
A Diocese da Amazonia é uma diocese jovem. E mesmo que a área da diocese seja enorme, a igreja é pequena. “As pessoas da região são muito hospitaleiras e acolhedoras”, disse a bispa eleita Marinez. “Culturalmente a região é muito colorida e diversa. Há muitos cheiros, sabores, paisagens que somente estando lá é possível realmente dizer algo.
“É também uma região onde a desigualdade é para todo mundo ver. Certamente há muitas necessidades, expectativas e preocupações com a vida da diocese, e há um grande numero de desafios pastorais, administrativos e financeiros para que o evangelho e a vida de Cristo sejam proclamados apropriadamente e para ser uma igreja de Cristo: missionária, inculturada e profética.
“É importante adorar e juntos celebrar a Eucaristia pela partilha do pão e do vinho, nas orações e através das relações de amor. Eu quero solidificar a convivência entre as pessoas da diocese. Eu estou aberta a aprender com elas e eles sobre como o amor de Deus se manifesta e me comprometer a compartilhar esse mesmo amor e serviço para e com o povo, especialmente com aquelas pessoas em maior necessidade, oferecendo os espaços diocesanos como lugares seguros e de acolhida, onde todas as pessoas sintam que pertencem a algo.
“Eu vejo uma diocese inclusiva e inovadora, testemunha do direito a justiça e a dignidade humana, vivendo o ecumenismo como um jeito de testemunhar a unidade que todas nós buscamos. Eu trabalharei para continuar criando oportunidade de formação, treinamento, discipulado para o clero e para o laicato, onde cada pessoa toma seu papel no trabalho comunitário.”
A data da sagração da bispa eleita Marinez Bassoto ainda vai ser divulgada.