A Christmas Message from Primate Bishop Francisco De Assis Da Silva of the Anglican Episcopal Church of Brazil.
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“With righteousness he shall judge the poor, and decide with equity for the meek of the earth” Isa 11: 4a
Brothers and sisters,
Grace and peace!
This time of Advent is preparing us carefully to celebrate Christmas with renewed hope, despite all the evidence to the contrary.
The worldwide context of ideological radicalisation, dominated by narcissistic leaderships and the abandonment of dialogue, has generated somewhat diffuse uncertainties of what will happen in the coming years. In Brazil, we have practically had a nightmare of growing poverty, the violence of the suppression of workers’ rights, and the depressing spectacle of corruption, generating more wealth for the few and more exclusion for the majority.
Society’s level of trust in institutions has fallen precipitously because the rule of law and ethics is crumbling in the winds of fascism, lying propaganda and the cynicism of our elites.
In this framework, what can save us? Or what will be given to us as hope to continue believing that our God is a God of Liberation? At this Christmas-time, we should remember some elements of the Nativity.
Let us remember Mary’s humble obedience. She believed and accepted the task of bearing the Saviour. Let us remember the perseverance of the Magis of the East in their restless journey to the place where they met the boy; and the shepherds’ readiness to sing with the angels, proclaiming their joy to the whole universe.
Today’s times are not, in terms of structure, more difficult than those times in Palestine. Poverty, oppression, exploitation, exclusion were part of the daily lives of people enveloping them in dense darkness and without prospects. Religion had lost its prophetic character and was now only a system that sought to survive through collaboration with the Emperor. Herod, thirsting for power, wanted to know about the boy – not to worship him, but to kill him.
Today I worry a lot about people who want to “know” about Jesus, but do not have the courage to follow Him! I also worry about people of religion who only care about power or with the entourage of thirsty followers of easy and seductive words .
It is time to open our hearts to the tenderness of God. It is time to discover the signs that the universe tells us to say, asking for help in the way it has been used for the satisfaction of so few people. It’s time to look not at the palace but at the cave. There, far from the comforts of the world, we find the true joy of a child who came to destroy the darkness definitively and lead us on paths of peace, justice and light.
May the Christmas of the Lord cease to be just a great consumer feast. May it become a sign of renewal of our full humanity that is born of the full humility of a child who directs us in his smile full of light.
Your Primate and servant in the Lord,
++ Francisco
Primate of the Anglican Episcopal Church of Brazil
Uma Mensagem de Natal do Primaz Bispo Francisco De Assis Da Silva da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
“Ele julgará os indefesos com justiça, se pronunciará com equidade pelos pobres da terra” Is 11:4a
Irmãos e Irmãs,
Graça e Paz!
Este tempo de Advento está nos preparando cuidadosamente para celebrarmos o Natal com renovada esperança, apesar de todas as evidências em contrário.
O contexto mundial de radicalização ideológica, dominado por lideranças narcisistas e o abandono do diálogo tem gerado incertezas um tanto quanto difusas do que vai acontecer nos próximos anos. No Brasil, temos vivido praticamente um pesadelo com o crescimento da pobreza, a violência da supressão de direitos dos trabalhadores e o espetáculo deprimente da corrupção gerando mais riqueza para poucos e mais exclusão para a maioria.
O nível de confiança da sociedade nas instituições tem caído vertiginosamente porque o império da lei e da ética está soçobrando aos ventos do fascismo, da propaganda mentirosa e do cinismo de nossas elites.
Num quadro com esse contorno o que nos poderá salvar? ou o que nos será dado como esperança para continuar crendo que nosso Deus é um Deus de Libertação. Alguns ingredientes devem ser lembrados neste tempo de Natal do Deus Menino.
Lembremos da humilde obediência de Maria. Ela creu e aceitou a tarefa de gerar o Salvador. Lembremos da perseverança dos magos do oriente em sua incansável jornada até o lugar onde encontraram o menino. A prontidão dos pastores em fazer coro com os seres angelicais, proclamando sua alegria para todo o universo.
Os tempos de hoje não são, em termos de estrutura, mais difíceis do que aqueles tempos na Palestina. Pobreza, opressão, exploração, exclusão faziam parte do cotidiano das pessoas envolvendo-as em densas trevas e sem perspectivas. A religião havia perdido seu caráter profético e agora era apenas um sistema que tratava de sobreviver em um colaboracionismo com o Império. Herodes, sedento de poder, queria saber do menino (conhecimento que mata) e não adorá-lo. Hoje me preocupo muito com as pessoas que querem “saber” de Jesus, mas não tem coragem de segui-lo! Me preocupo também com as pessoas da religião que só se preocupam com poder ou com o séquito de seguidores sedentos das palavras fáceis e sedutoras..
É tempo de abrir o coração para a ternura de Deus. É tempo de descobrir os sinais que o universo nos manda dizer, pedindo socorro pela forma como tem sido usado para a satisfação de tão poucas pessoas. É hora de olharmos não o palácio mas a caverna. Ali, longe dos confortos do mundo, encontramos a verdadeira alegria de uma criança que veio destruir por definitivo as trevas e nos conduzir por caminhos de paz, justiça e luz.
Que o Natal do Senhor deixe de ser apenas uma grande festa do Mercado. Que ele se torne um sinal de renovação da nossa plena humanidade que nasce da plena humildade de uma criança que nos dirige seu sorriso cheio de luz.
Do vosso Primaz e servo no Senhor,
++ Francisco
Primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil